Célula VermelhaToda a complexidade do corpo humano ainda é um mistério para cientistas. É, ao mesmo tempo, um fascínio pensar no quão sofisticado é o funcionamento da máquina humana. Desde a respiração, um ato que repetimos em torno de 576 vezes ao dia, até a transformação no corpo feminino durante o parto, podemos enxergar que existem milhares de células, tecidos, órgãos, sistemas envolvidos. Isso nos faz pensar que ainda hà muito a se estudar e descobrir a respeito de nosso funcionamento.

Os cientistas apoiam a ideia. Ao longo da história, os estudos de como cada parte de nosso corpo funciona têm se intensificado. Biologia, Química, Física e outras áreas de estudo que virão posteriormente como Biofísica, Genética, Bioquímica, incluem, em alguma parte de seus estudos, pesquisas que buscam desvendar mistérios do nosso corpo.

Uma dessas áreas é a Biologia Molecular, que começou a ser estudada aproximadamente no ano de 1953. Apresenta especial preocupação com o estudo das características genéticas passadas de geração em geração. A chamada hereditariedade tem participação de uma série de fatores como o DNA, os genes, cromossomos e ainda outros fatores a serem considerados. A genética também estuda esses fenômenos, a diferença fica por conta do nível em que se trabalha: a genética faz análises em nível celular, por isso o nome biologia celular; enquanto a Biologia Molecular, como o próprio nome fala, estuda esses acontecimentos em nível molecular.

Essa área é relativamente nova. Antes, já havia outras ciências que já trabalham com seu material de estudo, talvez por isso, a Biologia Molecular esteja intimamente ligada a outras áreas. Sua história se mistura com a de outras ciências por causa disso sua atuação tem a cooperação de ciências como Bioquímica, Genética, etc.

Com a possibilidade de estudar essas característas em condições mais aprofundadas, a Biologia Molecular abre uma série de possibilidades para tratamentos, fabricação de remédios e ainda outras soluções para saúde. Estudar como funciona o sistema de herança genética pode ajudar a descobrir doenças que uma pessoa recém-nascida ou que ainda vai nascer tem mais possibilidade de obter ao longo da vida. Sendo assim, essa pessoa pode receber tratamento antes mesmo que a doença se manifeste ou que a mesma seja atingida pela tal doença.

Pelo grande potencial que tem, a Biologia Molecular é uma área vista como promissora num cenário científico de tradicionais campos de pesquisas. Além do mais, qualquer estudo que busque entender o funcionamento do corpo é válido e merece atenção.

História da Biologia Molecular

A Biologia Molecular é um ramo da Biologia que explora o estudo da vida em escalas moleculares. Seu principal foco é o estudo de genética, DNA, produção de proteínas e o material genético em geral. Seu campo de estudos é bem amplo. Seus estudos são baseados nas relações entre esse material genético e a produção de proteínas, assunto que envolve várias áreas. Essa área de estudo tem ligação intima com outras áreas de estudo, como bioquímica e a própria genética.

Os objetos de estudo da Biologia Molecular são todas ligadas às informações genéticas, hereditariedade, DNA, células. Todas essas coisas são alvo principal de outras áreas de pesquisa. A genética também explora esses fenômenos, embora essa biologia dê mais ênfase no grau molecular da pesquisa. A diferença básica entre essas áreas é que, enquanto essas áreas trabalham com análise macro ou microscópica de tecidos ou células, a biologia molecular trabalha num nível submicroscópico. Essa diferença se fez possível pelo avanço da tecnologia. Tanto é que, a Biologia Molecular é um campo bem mais novo que as outras áreas ligadas a ela.

Na verdade, não há como dizer, exatamente, que a Biologia Molecular é um campo mais novo ou não de outras áreas, como a genética. Isso porque eventos importantes para uma área não é, necessariamente, para outra. Podemos dizer que a Biologia Molecular é, na verdade, uma área menos explorada que a outras.

Os eventos,importantes para a construção da história dessas áreas têm início em 1665, quando Roberto Hooke fez a primeira observação de uma célula num microscópio. Em 1831, Robert Brown descobriu a unidade nuclear presente nas células, o que possibilitou que, em 1865, Gregor Mendel pudesse desenvolver a lei da hereditariedade. Essa lei foi desenvolvida com estudos em que Mendel isolava o núcleo de células de pus de feridas (isso porque eram células de núcleo maior e mais fáceis de isolar). Na lei da hereditariedade, era citado que as características hereditárias eram transportadas por unidade que, mais tarde, seriam denominadas células.

Em 1869, Friedrich Miescher descobriu o ácido nucleico e, em 1882, Walther Flemming descobre a existência e a atividade dos cromossomos. Já no século XX, em 1915, Thomas Morgan relacionou a ligação dos genes com os cromossomos, o que deu início à teoria cromossômica de herança. Vinte nove anos depois (1944), houve um salto no estudo da herança genética: foi aceito que, segundo Oswald Avery, as informações genéticas estavam guardadas no DNA enquanto o consenso da época era de que essas informações estariam nas proteínas produzidas pelo DNA.

Em 1953, James Watson e Francis Crick foram responsáveis por mostrar, de forma tridimensional, como poderia ser a molécula do DNA. Cinco anos mais tarde, Matthew Meselson e Franklin Stahl, notaram que o DNA se multiplica de forma semi conservativa, ou seja, o DNA, ao se multiplicar, apesar de variar informações contidas nele, conservava algumas características genéticas que seriam passadas para outras gerações. Essas partes, responsáveis por perpetuar informações genéticas, eram os genes. Esse ano é apontado como o inicio da Biologia Molecular. Isso porque essa montagem de DNA deu origem a outras várias descobertas que levaram ao estudo dessa área.

Marshall Nirenberg e Har Khorana, em 1966, conseguiram decifrar o código genético humano, dando mais informações sobre nossa formação, enquanto, em 1982, Richard Palmiter e Ralph Brinster criaram o primeiro exemplar vivo de clonagem, um camundongo. Já em 1985, Alec Jeffreys, foi responsável por desenvolver a técnica de impressão digital por DNA. É o que possibilita os atuais exames de criminalística e de paternidade por meio do qual se analisam semelhanças de pessoas com seus respectivos DNAs.

No final do século XX, em 1996, Ian Wilmut clonou o primeiro mamífero adulto, nesse caso uma ovelha. O clone foi chamado Dolly. Apesar desses casos ganharem destaques na mídia e instigarem tanto a comunidade científica e a população, através de debates que colocam a prova o código de ética e a ética médica, a clonagem natural já existe há tempos.Finalmente, em 2001, cientistas do mundo divulgaram o mapeamento de 99% genoma humano com uma precisão de 99%.